HISTÓRIA

Embora o cooperativismo moderno, na forma que o conhecemos hoje, tenha surgido em meados do século XIX, na Europa, suas raízes remontam à antiguidade, pois na Babilônia já se arrendava terra para exploração conjunta com o objetivo de prover a sociedade de gêneros alimentícios. No Brasil, as primeiras experiências de cooperativismo vieram por meio de ações de padres jesuítas no sul do país no início do século XVII. Esses religiosos, utilizando-se da persuasão e movidos pelo princípio do auxilio mútuo – mutirão –, que os índios brasileiros já praticavam, fundaram as reduções jesuítas: comunidades solidárias fundamentadas no trabalho coletivo com objetivo de promover o bem-estar dos membros da comunidade.

Mesmo considerando todos esses indícios de organizações fundamentadas nos moldes cooperativistas, a Aliança Cooperativa Internacional – ACI – considera como marco do nascimento do cooperativismo a união dos 28 tecelões de Rochdale, Inglaterra.

Naquela ocasião, ano de 1844, em meio à Revolução Industrial, onde as condições de trabalho degradantes castigavam o operariado, 28 tecelões se organizaram e criaram uma cooperativa de consumo nos moldes que a conhecemos hoje (Rochdale Society of Equitable Pioneer). Tal organização seria regida por princípios próprios, balizadas por valores do ser humano e na democracia como solução dos problemas.

Já no Brasil, a experiência cooperativista europeia chegou através do Pe. Theodor Amstad em 1902 no estado do Rio Grande do Sul. Sob a inspiração desse Padre jesuíta, conhecedor da experiência alemã de cooperativismo, instalaram-se no sul do país as primeiras cooperativas de crédito e agrícolas. O modelo pregado pelo Pe. Amstadt aplicava-se às pequenas comunidades rurais e baseava-se na honestidade de seus cooperados.

O cooperativismo brasileiro abrange 13 áreas econômicas: agropecuário, consumo, crédito, educacional, especial, habitacional, infraestrutura, mineral, produção, saúde, trabalho, transporte, turismo – e goza de reconhecimento no cenário socioeconômico do país. Em 2010 existiam mais de 6.652 cooperativas, congregando mais de 9 milhões de cooperados e empregando por volta de 290 mil trabalhadores. Ou seja, trata-se de um sistema econômico e social de relevância indiscutível e que merece especial atenção.

Vale lembrar que a ONU (Organização das Nações Unidas) declarou 2012 o Ano Internacional das Cooperativas. A Organização recomenda que:

“todos os Estados Membros, assim como as Nações Unidas e todos os demais interessados, aproveitem o Ano Internacional das Cooperativas para promover as cooperativas e aumentar a consciência sobre sua contribuição ao desenvolvimento econômico e social”